Bianca Fraccalvieri
Uma chuva intermitente marcou a Audiência Geral desta quarta-feira no Vaticano. Os doentes foram acomodados na Sala Paulo VI e receberam a saudação do Pontífice antes que se dirigisse à Praça São Pedro.
A catequese foi dedicada ao casal Áquila e Priscila, prosseguindo o ciclo sobre os Atos dos Apóstolos.
Na semana passada, o Papa falou da chegada de Paulo a Atenas. Nesta quarta, comentou a prossecução da viagem.
Ao deixar o coração da Grécia, o Apóstolo se dirige a Corinto, onde ali encontra hospitalidade na casa de Áquila e Priscila, que, por serem judeus, foram obrigados a abandonar Roma por ordem imperador Cláudio.
Perseguir os judeus não é humano
O Papa fez um parêntese para recordar que povo judeu sempre sofreu na história com expulsões e perseguições. “No século passado vimos tantas brutalidades que foram cometidas e estávamos convencidos de que isso tinha acabado”, afirmou. Mas hoje começa a renascer o hábito de persegui-los.
“ Irmãos e irmãs, isso não é humano nem cristão. Os judeus são nossos irmãos e não devem ser perseguidos. ”
Retomando a catequese, o Papa afirmou que o gesto do acolhimento dos esposos leva a “descentralizar de si para praticarem a arte cristã da hospitalidade e abrir as portas de sua casa para acolher o Apóstolo Paulo”.
Deste modo, eles acolhem não só o evangelizador, mas também o anúncio que ele leva consigo: o Evangelho de Cristo.
Com o casal, Paulo compartilha também a atividade profissional, isto é, a construção de tendas.
“Domus ecclesiae”
De fato, Áquila e Priscila abrem as portas também para os irmãos e irmãs em Cristo, formando uma comunidade, uma “domus ecclesiae” para a escuta da Palavra de Deus e a celebração eucarística. “Também hoje em alguns países onde não existe liberdade religiosa, os cristãos se reúnem em uma casa, um pouco escondidos, para rezar e celebrar a eucaristia.”