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O adeus ao Pe. Bartolomeo Bergese

O adeus ao Pe. Bartolomeo Bergese

Faleceu na manhã desta segunda-feira, 09 de dezembro, aos 83 anos o Pe. Bartolomeo Bergese missionário Italiano que por muitos anos viveu em nossa Diocese.

Nascido em Fossano, Itália em 11 de outubro de 1941, órfão de guerra, o Padre Bartolomeo foi ordenado sacerdote em 29 de junho de 1964 na Diocese de Mondovì, onde assumiu diversas funções pastorais. Mas uma parte importante do seu ministério presbiteral foi vivenciando aqui no Brasil. Nas décadas de 1980 a 1990, fez a sua primeira experiência missionária em Nova Iguaçu, nas comunidades confiadas aos padres “fidei donum” (o termo designa um padre missionário diocesano, surgiu com o papa Pio XII que escreveu a encíclica “Fidei Donum” em abril de 1957) na periferia do Rio de Janeiro. Ao regressa à Itália assumiu a função de pároco na comunidade dos Padroeiros da Itália, em Trastevere, Roma. Neste período Dom Meo (como era conhecido em sua terra natal) obteve também a licenciatura em teologia bíblica, cultivando um forte vínculo com o Movimento dos Focolares.

Depois, foi enviado para uma nova experiência no Brasil em 1998, desta vez em nossa Diocese de Pesqueira, primeiro em Belo Jardim depois na Paróquia N. Sra. das Montanhas em Cimbres, no Território indígena do povo Xukuru. Além disso atuou incansavelmente nas Pastorais Sociais da Diocese, assumindo funções nos Conselhos e na coordenação nacional da “Pastoral do menor”. Em nossa Diocese, para além da convivência com os agricultores e “sem terra” por meio do CEDAPP onde por alguns anos foi o coordenador geral, após a Campanha da Fraternidade de 2006 (Fraternidade e pessoas com deficiência) ele criou a Associação PODE que se dedica ao acolhimento de crianças e adolescentes com deficiência intelectual, neurodivergentes e a população com queixas auditivas. Também foi membro fundado da instituição ASEVI, Organização não governamental, que trabalha com crianças e Adolescentes em situação de risco pessoal e social.

Regresso à sua diocese de origem, meses antes do início da Pandemia, o que impossibilitou o seu retorno ao Brasil naquela ocasião, logo após surgiram sérios problemas de saúde, deixando-o fragilizado.

Em 08 de março de 2008, a Câmara de Vereadores do Município de Pesqueira, concedeu-lhe o título de Cidadão Pesqueirense diante da relevância do serviço prestado ao município. Já em 2011, aos 70 anos, Don Meo publicou um livro autobiográfico “Aprendiz Samaritano” (edições CEM) com este intuito: «Aos setenta anos, um padre, dos dois lados do oceano, encontra as vozes, os rostos e gestos de quem com ele compartilhou a essência do Evangelho, redescoberta no “inclinar-se sobre os irmãos à beira do caminho” ….» (da capa: “E em todas estas fases da vida, também uma vontade tenaz de conhecer as situações, de questionar as consciências, de fazer amigos, de envolver os outros… nas fronteiras mais verdadeiras da existência que são então aquelas de dar uma mão amiga para os outros, em todo o caminho”).

Padre Bartolomeo parte deixando seu irmão Donato, sua cunhada e três sobrinhos. Além de um grande número de amigos que fez aqui no Brasil e o seu legado nas Pastorais Sociais.

O Velório acontecerá na Itália a partir desta terça-feira, 10 de dezembro, às 16h, no santuário de Fontanelle di Boves e às 20h, na paróquia de San Pietro in Chiusa Pesio Vigna. O sepultamento será na quarta-feira, dia 11,  às 15h, na Vigna di Chiusa Pesio.

Com algumas informações do site: https://unionemonregalese.it e da Diocese de Mandovì

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