12 de junho: o Imaculado Coração de Maria é inseparável de Jesus

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No sábado, 12 de junho, após a comemoração do Sagrado Coração de Jesus, a liturgia da Igreja oferece a oportunidade de refletir sobre o Imaculado Coração de Maria.

“Temos duas celebrações muito unidas, ontem e hoje. Isso faz parte da reforma litúrgica do Concílio Ecumênico Vaticano II, que colocou as duas festas do Coração de Jesus e do Coração de Maria, uma depois da outra, lembrando a unidade entre Mãe e seu Filho Divino”, explica o cardeal Orani João Tempesta.

De um lado, o Coração de Jesus, que é o impulsionador de todas as graças, que vai doar todo o sangue e vitalidade para o corpo inteiro, e do seu coração aberto nasce a Igreja. “Desse coração jorra sangue e água, símbolos da eucaristia e batismo, mostrando para nós essa vida que é doada e as graças que jorram para todos, tudo vem simbolizado no ícone de Jesus misericordioso”, afirma o cardeal.

De outro lado, é o Imaculado Coração de Maria, que é aquele que acolhe, que guarda no seu coração os sinais de Deus. “Justamente são dois aspectos muito importantes: olhar o Coração de Jesus como sinal do amor de Deus, ao mesmo tempo que impulsiona toda a Igreja, onde nasce a Igreja e onde jogam rios de água viva; ao lado do coração que recebe, que acolhe, que medita, que reflete sobre todas as questões que realmente existem no dia a dia à luz do Senhor”, diz dom Orani.

O que diz o Evangelho?

Dom Orani explica que a palavra do Evangelho (cf. Lc 2,41-51) nos faz meditar que quando a família de Nazaré volta para casa, depois de ter encontrado o Menino Jesus no templo, discutindo com os doutores, é bem assinalado que “Maria guardava todas essas coisas no seu coração”.

Já em Isaías (61, 9-11), dom Orani afirma que a primeira leitura traz essa exultação, esse regozijo, ou seja, da ação de graças já anunciando o mistério da encarnação. “Que o dia de hoje, do Imaculado Coração de Maria, essa tradição que, de uma certa forma, já veio na Igreja desde início, mas que foi impulsionada nos últimos séculos, nos ajude no hoje de nossas vidas, pois, sem dúvida, é uma necessidade do nosso tempo, de refletir e de guardar no coração os sinais do Senhor, que vive a nossa vida”, exorta o cardeal.

O que significa rezar e celebrar o Coração Imaculado de Maria?

Segundo dom Orani esta é uma oportunidade de nos preocupamos e de vermos a nossa própria vida.

“O que é que nós guardamos em nosso coração? Mágoas, ressentimentos, ódios e rancores. Guardamos, muitas vezes, certas situações que nos levam à dispersão, à divisão e à maldade de uns para com os outros, e não justamente o amor e a caridade. Por isso mesmo, meus irmãos e irmãs, nós somos chamados a olhar a nossa própria vida e descobrir como é que nós podemos, olhando para o Coração de Maria – aquele guarda todas as coisas no seu coração – descobrir como que também, hoje, em vez de guardar tantas situações maldosas, tanta mágoa, tanto sofrimento, possamos guardar os sinais de Deus na nossa história, aquele que Deus também atua e age e perceber como o Senhor vem atuando em nossa vida e nossa existência”, diz o cardeal.

Portanto, celebrar o Coração de Maria, conforme dom Orani, é meditar sobre a recepção que nós fazemos de Deus na nossa própria vida. “Aquele que vai atuando em nossa própria existência e, ao mesmo tempo, atuando para que possamos fazer o bem, para mandar cada vez mais para as pessoas as coisas boas que nos ajuda a perceber a história que Deus faz conosco. Assim, de um lado, nós acolhemos todo impulso do Coração de Jesus e, com Maria, queremos guardar no coração seus valores. Sabemos que Maria nasce sem o Pecado Original, ela é concebida sem o Pecado Original e seu Coração Imaculado, guardava e meditava os acontecimentos. Nós também fomos, pelo batismo, lavados de nosso pecado das origens e, pela confissão, somos lavados dos nossos pecados atuais, para podermos ter o coração aberto aos sinais e assim podermos também dar graças”, diz.

Nesse sentido, dom Orani reiteira que, olhando para Maria – que Guarda no coração os sinais de Deus e da história – todos são chamados pelo batismo, pela confissão, pela vida de oração a guardar no coração esses valores e sinais que Deus proporciona na vida. Nós estamos vendo vários sinais durante esse dia de hoje, sinal do acolhimento do migrante e do refugiado.

Maria guarda os sinais de Deus e da história em seu coração e nós, especificamente, somos chamados a guardar algo nos nossos corações?

Dom Orani salienta que somos chamados a guardar no coração todos esses sinais que nós vemos da Igreja presente no mundo inteiro, como a vida e missão do Santo Padre, das dioceses, de toda a Igreja no Brasil, sobretudo de seu trabalho social nesse tempo de pandemia: as dificuldades que aumentam com a fome e a necessidade de alimentação, tanto para quem não tem teto, como para quem também tem, mas não tem às vezes que o comer.

“Do Coração de Jesus jorram rios de água viva e, para nós, enquanto aqueles que celebram hoje o Coração de Maria, queremos vivenciar cada vez melhor essa alegria de pedir ao Senhor Deus que possa guardar no coração os sinais. Que nós guardemos no coração os sinais de trabalhos que nos dão possibilidade de partilhar o pão de cada dia com tantas pessoas. Olhemos com os olhos de Deus, como os olhos de Maria, os acontecimentos e, como Maria, guardemos o coração tantos dons e tantas graças para podermos enxergar de madeira nova, a nossa sociedade”, finaliza o bispo.

Fonte: CNBB

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